Mais que um divã: os objetos que sustentam a dramaturgia emocional de “Sessão de Terapia”.
Num país onde nem sempre sobra espaço nem tempo para ouvir e ser ouvido, Sessão de Terapia virou um refúgio emocional coletivo. A série, que volta para sua sexta temporada no Globoplay, é mais do que uma adaptação bem-sucedida da franquia israelense BeTipul. Sessão é um fenômeno brasileiro de verdade!
Como destacou Selton Mello, ator e diretor da produção, em reportagem de O Globo “somos o único lugar do mundo onde a franquia chegou tão longe”. Isso não é por acaso. Há algo profundamente brasileiro nesse formato: a procura por compreensão em meio ao caos, o aconchego na escuta, e a pressa de falar o que nunca foi falado antes.
Mas há algo menos falado, e que igualmente impulsiona essa história, o cenário.
Quando o ambiente vira parte da história.
O consultório do terapeuta não muda muito entre as temporadas, mas justamente por isso ele se torna tão forte. O espectador identifica o lugar como um lugar seguro, quase que sagrado. E dentro deste lugar, cada objeto tem um papel simbólico.
Entre eles, lá está um personagem discreto mas vital: o tapete vintage, visível nas fotos de divulgação da temporada nova. Ele é uma das peças do Acervo Utimura, e o seu papel vai bem além da estética, né.
Ele não tá ali só para deixar a sala mais confortável. Ele segura os silêncios, amortece os passos meio nervosos, e ainda acolhe as pausas. Ele é o chão simbólico, o cenário da escuta e também da confissão. Em cada fibra, uma memória que deixa aquele espaço real, quase tocável até.
Objetos com passado, cenas com verdade.
Esse tapete não é zero km. Já esteve em outros cenários, acompanhando outras histórias. E é por isso que ele funciona. Porque o que deixa um objeto verdadeiro em cena não é o seu brilho, é a sua história toda.
As bordas levemente desbotadas, o desenho parecendo ter aguentado o tempo, os sinais de uso notados só por quem presta atenção, tudo isso forma uma atmosfera de autenticidade. E numa série assim, que fala justamente de fragilidade, isso faz toda a diferença.
A jornada do tapete perfeito.
Escolher um tapete, para um set de gravação, não é só uma questão estética né. É uma escolha que abraça cinco dimensões cruciais:
- Narrativa: Um tapete não entra em cena por acaso. Ele precisa ter alma, história, presença. Não está só ali para preencher o chão, está ali pra contar junto. Pra sustentar o que não é dito.
- Cores e padrões: As cores falam, mesmo em silêncio. Um tom neutro pode acalmar, dar espaço pro olhar descansar. Um desenho orgânico pode trazer movimento e emoção. Tudo isso ajuda a contar como aquela cena deve ser sentida.
- Proporção: O tamanho importa, e muito. Um tapete grande pode dominar o espaço, dar peso. Um menor deixa o ar circular. A medida certa é aquela que harmoniza, que deixa o cenário respirar, sem sumir dele.
- Praticidade no set: No meio da correria de uma gravação, não adianta ser só bonito. O tapete precisa colaborar: fácil de mover, limpar, reposicionar. Porque a beleza também tem que funcionar.
- Impacto emocional: No final, o que fica não é o tapete. É o que ele ajuda a provocar. Se ele faz o público sentir, mesmo que ninguém perceba exatamente o porquê, então ele cumpriu seu papel.
A dramaturgia do invisível.
A força de Sessão de Terapia reside nas entrelinhas. Nos olhares. Nos silêncios. E, claro, nos objetos. Uma luminária, uma poltrona, uma estante - todos juntos, sustentam a narrativa emocionalmente. O público precisa confiar naquele espaço para mergulhar na história de quem está falando.
E num país onde a terapia ainda é tabu para muitos, é, uma produção que lida com a escuta com tanto cuidado, até mesmo na cenografia, é um ato simbólico, e dos bons. Fazer parte dessa construção nos enche de um certo orgulho, sim.
Porque, mais do que decorar, a gente acredita em participar daquilo que transforma a gente. No Acervo Utimura, cada peça não é escolhida só pela beleza, mas pela força simbólica dela. Pela capacidade que tem de sustentar uma história; de tocar, de comover quem assiste.
Sessão de Terapia lembra a gente de que, às vezes, o que mais conecta não é o que se diz, é o que se sustenta em silêncio. E se esse tapete pudesse falar... talvez contasse histórias que só o silêncio consegue guardar.
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